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Princípios da Vida

Imagem NASA
Objetivando tratar a questão da vida como uma ciência exata e natural, resolvemos elaborar estes princípios fazendo o inverso de muitas teorias já existentes, partindo do observável para talvez concluir o inobservável. Sendo assim Todos os tópicos aqui tratados podem ser observados na natureza (sendo sugestão para debate e desenvolvimento de idéias aqui propostas, sendo bem vida uma boa opinião).
A vida, qual a pergunta básica a ser feita antes de tentarmos explicar seu desenvolvimento? Que princípios regem esse importante fenômeno? Qual o motivo da vida funcionar muito bem com aminoácidos de quiralidade canhota e quase não utiliza os aminoácidos de quiralidade destra aqui na Terra? Podemos organizar de forma unificada as leis que regem a vida? Pois bem, proponho alguns princípios regentes deste fenômeno para ser analisado.
Teoria do Big Bang
De acordo essa teoria, antes do Big Bang, o universo era extremamente quente e pequeno a matéria existia apenas como quarks livres, ocorrendo as primeiras interações resultando no descrito abaixo:
• Uma rápida inchação ocorreu e o universo esfriou;
• Os quarks se combinaram em hádrons (interação primordial);
• As interações dividiram-se;
• A matéria (átomos) se formou de acordo com o Modelo Padrão (MP);
• A matéria condensou-se em galáxias, estrelas, etc.
• Átomos constituintes da matéria inanimada e dos organismos vivos foram produzidos no interior das estrelas, estas explodiram dando origem às nebulosas que originaram as estrelas entre elas o Sol vindo depois os planetas, asteróides, cometas etc.;
• Com o esfriamento do universo houve possibilidade do surgimento de moléculas maiores e a base de carbono, um elemento fundamental para vida que conhecemos aqui na Terra, surgiram também os aminoácidos e açúcares, ambos constituintes básicos dos seres vivos, uma vez que os aminoácidos formam as proteínas e os açúcares formam os carboidratos.
O átomo de carbono é capaz de ligar-se a, no máximo, quatro átomos diferentes (incluindo outros átomos de carbono), em quatro direções diferentes, e ele é tão pequeno que os centros dos átomos de carbono vizinhos estão bastante próximos entre si, o que possibilita a formação de fortes ligações. É por isso que se formam longas cadeias e anéis de átomos de carbono estáveis.
• Separação das moléculas em levógeros(L) ou moléculas canhotas e dextrógeros, as moléculas destras (D);
• Surgimento da VIDA (combinação, construção e auto-organização resultando uma combinação complexa de matéria obedecendo a leis e princípios regentes cujo objetivo e perpetua-se);
Ligações entre átomos: O tipo de ligação interatômica explica a propriedade da matéria revelado viva ou inanimada. Como exemplo tem o carbono que pode existir na forma de grafite que é mole, na forma de diamante que é extremamente duro e nos seres vivos que conhecidos. Essa enorme disparidade nas propriedades começa pelo tipo de ligação química do carbono em cada um dos casos.
Leis da Termodinâmica
1ª Lei: Conservação de energia
- a energia não pode ser criada nem destruída
- energia total do sistema mais a do meio ambiente permanece constante.
2ª lei da termodinâmica
Os sistemas mudam espontaneamente (tendem ou podem mudar) de estados de menor probabilidade para estados de maior probabilidade.
O número de mudanças irá diminuir a proporção que em determinado sistema atinge o seu equilíbrio.
Principio fundamental: A vida está latente em todo o universo aguardando condições propícias para se desenvolver, não sendo, portanto um fenômeno exclusivo do nosso planeta tendo surgido em formas mais simples de moléculas e se organizando durante os bilhões de anos do Universo e obedecendo a princípios Físicos Químicos e Matemáticos, se desenvolvendo dentro de padrões "caótico/fractal".
O Universo
Ao analisar nosso universo do ponto de vista biológico ocorrem os seguintes padrões:
- Padrão não vida;
- Padrão vida;
O padrão não vida: É o padrão que rege a matéria inanimada;
O padrão vida:  É o padrão que rege a matéria viva. Temos no planeta terra um grande laboratório para analisarmos este fenômeno, portento é lógico utilizar observações feitas na terra para chegar aos princípios regentes da vida, para quem sabe, aplicar em todo o universo.
Convém salientar que assim como nas leis da física, química e matemática não sabemos o motivo de tais princípios existirem, cabendo apenas analisá-los abandonando suposições não observáveis;
PRINCÍPIOS QUE REGEM A VIDA:
Princípio 1 – Princípio Precursor: este é o objetivo inicial da vida.
Princípio 2 – Princípio Propagador: Atendendo as condições básicas, a vida se propaga explorando todas as formas e possibilidades possíveis.
Princípio 3 – Princípio Perpetuador: São todos os meios encontrados pela vida na busca de solução para continuar a existir, independente de ser mais ou menos complexa.
Com estes princípios tentaremos explicar todos os fenômenos ligados à vida, evitando os debates filosóficos e fenômenos não observáveis, porém, deixando espaço para a busca e intuição, fundamentais para ciência.
EXPLICANDO CADA PRINCÍPIO
Princípio 1 - Princípio Precursor; Suponha um planeta idêntico a terra, com toda a sua característica física, químico, matemática, porém, neste planeta hipotético não há uma forma de vida se quer, apesar das condições propícias simplesmente ocorreu o padrão não vida! Comparando com a terra sabemos está a vida latente neste planeta! Vamos estender este raciocínio para todo o universo postulando o seguinte: “a vida esta latente em todo o universo esperando condição propícia para sua ocorrência”, tomemos como exemplo os planetas Vênus e Marte, não é fácil de intuir a ocorrência de vida latente em ambos, mas não podemos afirmar onde sua ocorrência seria mais propícia, o motivo? Não sabemos como era o nosso planeta no instante do aparecimento da vida, logo não sabemos também sobre quais condições a vida passou para o plano existencial aqui na terra.
Visto isto vamos analisar a terra, nela a vida para ocorrer necessitou de meio físico, correto? A este meio chamaremos de biosfera, então a vida ocorre sempre em um ambiente físico denominado “biosfera”, assim em um planeta qualquer pode ocorrer a biosfera, dando um sentido mais amplo a este conceito, sempre influenciada pela quantidade de indivíduos interligados, esta ligação pode ter maior ou menor complexidade obedecendo ao princípio caótico/fractal de diversificação e ou distribuição, ambos dependentes intimamente das condições físico, química e ambiental da biosfera. Assim passa a existir o padrão vida, e a vida busca soluções para sua sobrevivência e perpetuação.
Princípio 2 – Princípio Propagador, Quando instalada a vida interage modificando o meio e se propagando, encontrando meios para sobreviver, neste princípio o objetivo de todas as formas de vida é buscar solução para os desafios apresentados pela biosfera. Para propagar-se à vida utiliza as estratégias que são empregadas pelos seres vivos são elas:
- Combinação: Sobrevivência baseada na associação de um ou mais ser vivo no seu ambiente.
- Especificação: Maneira de sobrevivência encontrada por um único ser vivo no seu ambiente.

Estas estratégias dependem exclusivamente dos seres vivos, porém, existem ainda fatores externos impondo condições e limitações à propagação da vida, chamaremos a estes de fatores externos de propagação da vida são eles:
- Leis da Física (gravitação universal, movimento, termodinâmica): Fator importante utilizado pela vida em sua propagação. Ex: fecundação de ovos, rotação e translação terrestre, circulação termoalina do oceano.
- Interações químicas: Através destas a vida utiliza a combinações de substâncias presentes no meio e estas são utilizadas pelos seres vivos. Ex: metabolismo dos seres vivos, reações químicas.
- Exposição à luminosidade: Fator através do qual a vida utiliza a entrada de energia na biosfera. Na terra o sol fornece energia para atmosfera, litosfera e hidrosfera, a exposição à luminosidade é medida em escala de zero a um.
Ex. Movimento do sol na eclíptica, ecossistemas nas profundezas marinhas.
- Localização na biosfera: Com certeza outro fator decisivo de propagação da vida, este influencia diretamente a biodiversidade. Na terra a vida localiza-se nos seguintes meios físicos: atmosfera, litosfera e hidrosfera.
Princípio 3 – Princípio Perpetuador, Este é o maior desafio da vida, estando instalada e devidamente propagada, cada ser vivo tentará com os mais variados métodos dar prosseguimento à sua existência individual e da sua espécie, como podemos notar ao atingir um estágio avançado de propagação ocorrem interesses conflitantes e muita competição, porém, esta competição não pode causar desequilíbrio, quando este ocorre, causa a extinção de uma ou mais espécie. Para manter sua perpetuação a vida utiliza-se da mente individual ou coletiva esta aciona a inteligência que por sua vez aciona a memória. Nos seres humanos a localização física da mente está no cérebro, estes três entes são responsáveis pelo desenvolvimento dos seguintes processos de perpetuação: Procriação, Especialização, Conscientização, Unificação, Autopreservação, Autodestruição, Declínio e morte.
Esquema: MENTE → INTELIGÊNCIA→ MEMÓRIA.
Processos de perpetuação
- Procriação: Através dele tenta a vida dar continuidade existencial às espécies, podendo ser sexuada ou assexuada.
- Especialização: É o processo pelo qual os seres vivos atingem elevado grau de perpetuação e ou especialização no ambiente. Temos como exemplo os seres humanos e especies que sobrevivem em ambientes inóspitos como, por exemplo, bactérias encontradas debaixo de geleiras vivendo sem oxigênio e luz.
- Conscientizarão: É o processo que aciona mecanismos de avaliação fundamentais para luta diária pela sobrevivência, a conscientização é responsável pelo APRENDIZADO.
- Unificação: Ocorre quando o todo trabalha como se fosse um só indivíduo buscando interesse comum.
- Autopreservação: É o processo estritamente individual, isto é observado em cada ser vivo, subdivide-se em:
a) Altruísmo: Quando se abre mão do interesse individual em favor de outrem.
b) Egoísmo: Quando o interesse individual é o único fator importante.
- Autodestruição: Processo pelo qual um ou vários indivíduos escolhem a não existência. Na terra temos os conflitos, suicídio, assassinatos etc.
- Declínio e morte: Característica inerente a todos os seres vivos, meio pelo qual a vida promove solução, renovação e aprendizado. Na terra é fundamental para os ciclos vitais.
Aplicação dos princípios da vida no planeta terra
Particularidades:
I - O DNA, o RNA e as enzimas possuem uma inter-relação curiosa e elaborada, que parece ser exatamente a mesma em todos os organismos vivos da Terra.
II - Através do controle da síntese de enzimas, os ácidos nucléicos controlam o funcionamento e crescimento da célula. Como só existem 4 bases diferentes, consequentemente existem somente 64 combinações possíveis. O significado de cada uma destas combinações já é conhecido - a maioria representa um determinado aminoácido; alguns representam sinais de pontuação, como onde começar ou terminar uma síntese.
III - Este tipo de relação entre ácidos nucléicos e proteínas é não somente o mesmo em todos os seres vivos, o intrigante é como o mesmo "dicionário" pode ser utilizado para decifrar o código de qualquer organismo vivo na face da terra.
IV - Só existe uma classe de moléculas que armazenam energia para processos biológicos nas células de todos os seres vivos, os fosfatos nucleotídicos. Um representante desta classe é a ATP (trifosfato de adenosina).
V - Embora existam vários bilhões de compostos orgânicos possívies, menos do que 1500 são utilizados pela vida atual no planeta; e estes são construídos a partir de menos de 50 blocos moleculares simples.
VI - A relevância estereoquímica de determinados estereoisômeros é a mesma em todos os organismos vivos. Todas estas coincidências são um forte apoio para a teoria de que todos os seres vivos têm um mesmo princípio organizacional.
- Princípio 1 - Principio Precursor
As atividades da biosfera terrestre deixam claro o princípio precursor da vida. Neste planeta a teia da vida atingiu um alto nível de complexidade retirando da energia solar os seus principais recursos, porém existem outras fontes de energias como: a energia gravitacional (movimento da lua, movimento do sol, movimentos da terra), o calor interno da Terra (radiação térmica) que aciona os processos geológicos de grande intensidade (soerguimento, deslocamento das placas, compressão de sedimentos), a biodiversidade (os recursos genéticos da Terra, que se manifestam em espécies vegetais e animais), interações atômicas e as fontes energéticas exploradas pela humanidade (petróleo, energia elétrica). Todas essas fontes de energia participam do longo e complexo processo de transformação sucessiva que ocorre na Biosfera permitindo intensificar, modificar e aprimorar os recursos da natureza. Há uma diminuição de energia disponível em cada etapa da conversão de energia, porém a resultante de cada processo seqüencial de transformação possui uma qualidade energética diferente (característica física, químico e biológico) dando lugar à existência de uma instância superior de consumo (outro nível da cadeia trófica). No mesmo ritmo da diminuição da energia disponível aumenta a energia degradada que se dispersa no ambiente, todo este processo está em constante movimento, terra, sol, lua, hidrosfera, atmosfera, litosfera etc, tudo está se movendo, a vida não poderia ser diferente se movimenta estando presente nos mais variados ambientes da terra em contínua busca de soluções para sobreviver e perpetua-se.
Esquema da biosfera terrestre
Princípio 2 – Princípio Propagador
Para atender a este princípio os seres vivos necessitam obter energia e baseado na forma de obtenção de energia, os organismos são classificados em autótrofos (produtores) e heterótrofos (consumidores e decompositores). Os autótrofos precisam apenas de luz visível, água, dióxido de carbono, íons inorgânicos e a combinação com outros seres vivos para sua sobrevivência (existe organismo que respira por metabolismo do ferro, enxofre e carbono). Através da fotossíntese, as plantas verdes, as bactérias fotossintetizantes, as cianofíceas e alguns protistas convertem a energia luminosa em energia química, este tipo de energia é usado na síntese de todas as moléculas orgânica complexas. Alguns autótrofos (algumas bactérias) obtêm energia a partir de reações químicas envolvendo apenas substratos inorgânicos. Os animais, os fungos, a maioria das bactérias, muitos protistas e algumas poucas plantas não podem sintetizar moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas. Eles precisam de uma fonte externa de carbono orgânico em ligações à energia química necessária ao seu metabolismo. Alguns heterótrofos são também chamados consumidores, que incluem todos os animais que se alimentam das plantas e/ou de outros animais, além dos protistas que se alimentam de organismos menores. Outros são chamados decompositores, e são principalmente fungos e bactérias que degradam as matérias orgânicas morta, devolvendo ao solo os nutrientes minerais que serão reutilizados principalmente pelas plantas. A vida busca se propagar de todas as maneiras possíveis obedecendo às restrições imposta pelo meio, e para atingir tal objetivo utiliza-se das estratégias de propagação.
Estratégias de propagação
Combinação: Estratégia adotada pela vida através da associação de seres vivos da mesma espécie ou espécie deferente é a mais comum observada na terra, pois mesmo as plantas necessitam dos decompositores. A combinação obriga uma relação entre os seres vivos podendo ser classificada em dois grupos:
- Relação intra-específica, ocorre entre seres da mesma espécie.
- Relação interespecífica, ocorre entre seres de espécies diferentes.
É comum diferenciar-se as relações em harmônicas e desarmônicas. Nas harmônicas não há prejuízo para nenhuma das partes associadas, e nas desarmônicas há.
Relações Intra-específicas Harmônicas
a) Colônias: Agrupamento de indivíduos da mesma espécie caracterizada por um grau de interdependência entre eles e ligando-os uns aos outros, sendo impossível à vida quando isolados do conjunto, pode ou não ocorrer divisão do trabalho. 
Ex: As cracas, os corais e as esponjas vivem sempre em colônias.
b) Sociedades: São agrupamentos de indivíduos da mesma espécie que têm plena capacidade de vida isolada, mas preferem viver na coletividade. Os indivíduos de uma sociedade têm independência física uns dos outros. Pode ocorrer certo grau de diferenciação de formas entre eles e de divisão de trabalho com alguns insetos denominados sociais (que formam sociedade). A comunicação é feita através dos ferormônios substâncias químicas que servem para essa função. Os ferormônios são usados na demarcação de territórios, atração sexual, transmissão de alarme, localização de alimento e organização social.
Ex: as formigas, as abelhas e os cupins.
Relações Intra-específicas Desarmônicas
a) Canibalismo: Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie.
Ex: Ocorre com escorpiões, aranhas, peixes, planárias, roedores, etc. Na espécie humana, quando existe, recebe o nome de antropofagia (do grego anthropos, homem; phagein, comer).
b) Conflitou: aniquilação entre indivíduos da mesma espécie.
Ex: Guerras dos humanos, o leão assassinando os filhotes que não são dele.
Relações Interespecíficas Harmônicas
a) Comensalismo: É uma associação em que uma das espécies — a comensal — é beneficiada, sem causar benefício ou prejuízo ao outro (não-comensal).
Ex: A rêmora é um peixe dotado de ventosa com a qual se prende ao ventre dos tubarões, aproveita os restos alimentares que caem na boca do seu grande "anfitrião".
A Entamoeba colié um protozoário comensal que vive no intestino humano, onde se nutre dos restos da digestão.
b) Inquilinismo: É a associação em que apenas uma espécie (inquilino) se beneficia, procurando abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-lo. Trata-se de uma associação semelhante ao comensalismo, não envolvendo alimento.
Ex: Peixe-agulha e holotúria, o peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege contra a ação de predadores abrigando-se no interior das holotúrias (pepinos-do-mar), sem prejudicá-los.
As epífitas (epi, em cima) são plantas que crescem sobre outras plantas sem parasitá-las, usando-as apenas como suporte.
Ex: as orquídeas e as bromélias.
c) Mutualismo: Associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas, porém, cada espécie só consegue viver na presença da outra, associação permanente e obrigatória entre dois seres vivos de espécies diferentes.
Ex:
1 - Liquens: constituem associações entre algas unicelulares e certos fungos. As algas sintetizam matéria orgânica e fornecem aos fungos parte do alimento produzido. Esses, por sua vez, retiram água e sais minerais do substrato, fornecendo-os às algas. Além disso, os fungos envolvem com suas hifas o grupo de algas, protegendo-as contra desidratação.
2 - Cupins e protozoários: - ao comerem madeira, os cupins obtêm grandes quantidades de celulose, mas não consegue produzir a celulase, enzima capaz de digerir a celulose. Em seu intestino existem protozoários flagelados capazes de realizar essa digestão. Assim, os protozoários se valem em parte do alimento do inseto e este, por sua vez, se beneficia da ação dos protozoários. Nenhum deles, todavia, poderia viver isoladamente.
3 - Ruminantes e microorganismos, no estômago dos ruminantes também se encontram bactérias que promovem a digestão da celulose ingerida com a folhagem.
4 - Bactérias e raízes de leguminosas - no ciclo do nitrogênio, bactérias do gênero Rhizobium produzem compostos nitrogenados que são assimilados pelas leguminosas, por sua vez, fornecem a essas bactérias a matéria orgânica necessária ao desempenho de suas funções vitais.
5 - Micorrizas - são associações entre fungos e raízes de certas plantas, como orquídeas, morangueiros, tomateiros, pinheiros, etc. O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio e outros nutrientes minerais; em troca, recebe matéria orgânica fotossintetizada.
d) Protocooperação: Trata-se de uma associação bilateral, entre espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam; contudo, tal associação não é obrigatória, podendo cada espécie viver isoladamente.
Ex:
1 - Alguns animais que promovem a dispersão de algumas plantas comendo-lhes os frutos e evacuando as suas sementes em local distante; a ação de insetos que procuram o néctar das flores e contribuem involuntariamente para a polinização das plantas.
2 - Caramujo paguro e actínias - também conhecidas como bernardo-eremita, trata-se de um crustáceo marinho que apresenta o abdômen longo e mole, desprotegido de exoesqueleto. A fim de proteger o abdomên, o bernardo vive no interior de conchas vazias de caramujos. Sobre a concha aparecem actínias ou anêmonas-do-mar (celenterados), animais portadores de tentáculos urticantes. Ao paguro, a actínia não causa qualquer dano, pois se beneficia, sendo levada por ele aos locais onde há alimento. Ele, por sua vez, também se beneficia com a eficiente "proteção" que ela lhe dá.
3 - Pássaro-palito e crocodilo - o pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, alimentando-se de restos alimentares e de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é mútua, porque, em troca do alimento, o pássaro livra os crocodilos dos parasitas. Obs: A associação ecológica verificada entre o pássaro-palito e o crocodilo africano é um exemplo de mutualismo, quando se considera que o pássaro retira parasita da boca do réptil. Mas pode ser também descrita como exemplo de comensalismo; nesse caso o pássaro atua retirando apenas restos alimentares que ficam situados entre os dentes do crocodilo.
4 - Anu e gado - o anu é uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pele do gado, capturando-os diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.
e) Esclavagismo ou sinfilia: É uma associação em que uma das espécies se beneficia com as atividades de outra espécie.
Ex: os pulgões do gênero Aphis, habitam formigueiros e são beneficiados pela facilidade de encontrar alimentos e até mesmo pelos bons tratos a eles dispensados pelas formigas (transporte, proteção, etc). Essa associação é considerada harmônica e um caso especial de protocooperação por muitos autores, pois a união não é obrigatória à sobrevivência.
Relações Interespecíficas Desarmônicas
a) Amensalismo ou Antibiose: Relação na qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie, denominada amensal, através da liberação de substâncias tóxicas. É a relação em que um dos seres é prejudicado sem que disso resultem benefícios para o outro.
Ex: Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibiótico que impede que as bactérias se reproduzam. As substâncias secretadas por dinoflagelados Gonyaulax, responsáveis pelo fenômeno "maré vermelha", podem determinar a morte da fauna marinha. A secreção e eliminação de substâncias tóxicas pelas raízes de certas plantas impedem o crescimento de outras espécies no local.
b) Parasitismo: O parasitismo é caracterizado pela espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição e causando-lhe, em conseqüência, danos cuja gravidade pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até a própria morte do indivíduo parasitado. É uma associação obrigatória para o parasita. De um modo geral, a morte do hospedeiro não é conveniente ao parasita, mas muitas vezes ela ocorre.
Ex: algumas plantas, como as ervas-de-passarinho, cipó-chumbo.
c) Predatismo: O predatismo é o ato de um animal capturar outro para alimentar-se. O predador e a presa pertencem a espécies diferentes. Os predadores são geralmente maiores e menos numerosos que suas presas, sendo exemplificados pelos animais carnívoros. As duas populações - de predadores e presas - geralmente não se extinguem e nem entram em superpopulação, permanecendo em equilíbrio no ecossistema. Para a espécie humana, o predatismo, como fator limitante do crescimento populacional, tem efeito praticamente nulo. Algumas espécies desenvolveram soluções para se defenderem ao predatismo, temos:
• Mimetismo; é uma forma de adaptação que muitas espécies se tornam semelhante a outras, disso obtendo algumas vantagens.
Ex: a cobra falsa-coral é confundida com a coral verdadeira, muito temida, e, graças a isso, não é importunada pela maioria das outras espécies.
• Camuflagem; é uma forma de adaptação morfológica pela qual uma espécie procura confundir suas vítimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do ambiente.
Ex: o louva-a-deus, que é um poderoso predador, se assemelha a folhas; o bicho-pau assemelha-se a galhos, confundindo seus predadores.
• Aposematismo: existe espécie que exibe cores de advertência, cores vivas e marcantes para afastar seus possíveis predadores, que já a reconhecem pelo gosto desagradável ou pelos venenos que possui.
Ex: muitas rãs apresentam cores vivas que indicam veneno ou gosto ruim.
c) Contendas: Luta entre espécies diferentes que têm interesse comum.
Ex: leões contra hienas.
Fatores externos de propagação: Condição imposta pelo ambiente onde a vida se propaga e busca soluções obedecendo a princípios: físico, químico, biológico e matemático do planeta terra.
Fatores físicos: impõe limitações físicas a vida (alguns exemplos):
- Mecânica dos movimentos celestes: Movimentos da terra, sol, lua planetas...
- Princípios termodinâmicos e radiação solar: Aquecimento da terra, movimentos da atmosfera e oceano...
- Princípios da eletricidade e magnetismo: Carga elétrica das nuvens, magnetismo terrestre...
Fatores químicos: É a utilização da matéria-energia e sua transformação pela vida (alguns exemplos):
- Química geral: Ligações químicas, reações químicas, estrutura atômica...
- Físico - química: Termoquímica, cinética química, eletroquímica...
- Química Orgânica: Compostos orgânicos naturais, reações orgânicas, Cadeias carbônicas...
Exposição à luminosidade: Na realidade este é uma combinação entre os fatores: químico, físico e matemático, mas que sem dúvida molda a vida na terra (alguns):
- Inclinação do eixo terrestre: Estações do ano, distribuição de energia solar na superfície...
- Provém energia para biosfera: fotossíntese, efeito estufa, chuvas...
Localização na biosfera: dependo da localização a vida deverá encontrar solução não só de sobrevivência como perpetuação (alguns):
- Localização atmosfera / clima: Conforme a vida localiza-se na superfície do planeta encontra variações climáticas determinantes para sua propagação, o clima influencia intimamente a biosfera determinando as características da vida na terra.
- localização litosfera:
- Localização hidrófera:
A especificação: Estratégia caracterizada pela associação direta do ser vivo com o meio, ou seja, obtêm energia apenas de substratos inorgânicos.
Definiu-se CLIMA como sendo uma descrição estática que expressa às condições médias de seqüência do tempo meteorológico. Portanto, se mede primeiro as condições instantâneas da atmosfera (Tempo) de um local por vários anos e, posteriormente, estima-se qual deve ser a condição média (provável), ou seja, o CLIMA. Essa condição média é que irá condicionar a distribuição dos seres vivos no globo. A distribuição da vegetação natural nas diversas regiões da Terra depende basicamente do clima.
Relação entre o clima e respectivos biomas
Continua....

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