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Os injustiçados

 Foto de Landell de Moura tirada em 1908
Na história de grandes nomes e gênios da humanidade pode-se observar alguns injustiçados, são pessoas que apesar de terem contribuído para o progresso da civilização humana não obtiveram o devido reconhecimento e por isso resolvi citar alguns casos claro que mesmo assim faltarão outros, afinal como diz Harold Bloom “Escolher é ser parcial”;

Quem foi o inventor do rádio?
Resposta: Guglielmo Marconi, certo? Não! Não foi o italiano Marconi Quem inventou o rádio.  O inventor desse engenho foi o brasileiro Robert Landell um gênio da Física, esse é mais um fato lamentável de falta de reconhecimento histórico do Brasil, sim pois os livros “didáticos” condenaram este brilhante Físico ao esquecimento completo. Roberto Landell de Moura,  nada mais nada menos que foi o primeiro homem a conseguir a façanha de transmitir o som por meio de ondas eletromagnéticas. Tal feito ocorreu antes de Marconi, Nikola Tesla ou Reginald Aubrey Fessenden. Sim Landell de Moura é o verdadeiro pai das telecomunicações. Ele patenteou seu invento no Brasil em março de 1901, alguns meses após uma demonstração pública, realizada na cidade de São Paulo, tal fato publicado, como era comum naquele tempo, uma semana depois pelo Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, no dia 10 de junho de 1900. Ele, porém, já havia feito pelo menos outra transmissão documentada antes dessa, no mesmo local, em 16 de julho de 1899. O fato, um “furo” de reportagem, foi divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, que, no entanto, embora tenha revelado a data da realização da experiência não cobriu o evento, como também era comum na época. É desse dia, portanto, 16 de julho de 1899, nascida da genialidade e criatividade do padre-cientista, a primeira transmissão pública da voz humana por ondas eletromagnéticas de que se tem conhecimento no mundo. Antes do feito atribuído a Marconi, que inventou o telégrafo sem fio em 1894, porém, só conseguiu transmitir a voz humana em 1914. E antes também da experiência de Fessenden, datada de 23 de dezembro também de 1900. Até a mídia estrangeira o reconheceu, é o caso diário americano New York Herald, que no dia 12 de outubro de 1902, publicou ampla reportagem sobre as experiências com transmissão de voz inclusive citando Landell de Moura e suas demonstrações públicas de seus experimentos em território brasileiro no período de 1900 a 1901. Injustiçado no Brasil partiu para os Estados Unidos. Onde morou por três anos, registrando mais três patente em 1904, os aparelhos wave transmitter (transmissor de ondas), wireless telephone (telefone sem fio) e wireless telegraph (telégrafo sem fio). Porém, no seu regresso ao Brasil. Onde Incompreendido, foi taxado de louco e possuir um pacto com o demônio. Coisa de quem mistura Ciência com religião. E como sempre graças a ignorância e crendice o Brasil precisou pagar aos outros pela importação de tecnologia na era do rádio. Atualmente foi criado o “MLM” – Movimento Landell de Moura (www.mlm.landelldemoura.qsl.br) buscando o devido reconhecimento público e oficial, pelo menos no Brasil, de Roberto Landell de Moura como inventor do rádio.
No caso da máquina de escrever mais um brasileiro e padre esquecido, o “Padre da Máquina” o paraibano Francisco João de Azevedo morreu sem conseguir a patente da máquina de escrever de madeira feita a mão utilizando apenas lixa e canivete em 1861. Houve outros modelos de máquinas de escrever que se antecederam ao do inventor paraibano, diz o professor  Ataliba Nogueira, um especialista no assunto, mas nenhum pôde ser industrializado "pois para tanto não se prestavam". Escritores, jornalistas e historiadores garantem que o modelo da máquina de escrever brasileira foi transferido para os Estados Unidos ou Inglaterra por um estrangeiro, com autorização do padre Azevedo.  Para história consta o nome do tipógrafo americano Christopher Latham Sholes como o criador da máquina de datilografia. A idéia de escrever por um meio mecânico surgiu no século XVIII, quando a rainha Anne, da Inglaterra, concede a primeira patente de uma máquina de escrever. O autor do pedido, Henry Mill, porém, não consegue tirar sua idéia do papel. Vários outros inventores desenvolveram protótipos, mas Sholes, em 1867, consegue produzir o primeiro modelo funcional. Sholes vendeu seu projeto para a Remington, esta investiu, pesado na produção industrial do novo engenho e em divulgação contratando escritor Mark Twain, distribuindo cartazes bem como organizando os primeiros cursos de datilografia. Entretanto, seis anos antes da “invenção de Sholes” o padre paraibano já fazia exposições no Brasil com um modelo de máquina de escrever que funcionava perfeitamente. Professor de cursos técnicos de geometria, desenho e mecânica, o padre concebeu seu projeto nas oficinas de uma fábrica de armamentos do Exército. Era um móvel de jacarandá equipado com teclado de dezesseis tipos e pedal. Tinha a aparência de um piano. Cada tecla da máquina de Francisco acionava uma haste comprida com uma letra na ponta. Combinando-se duas ou mais teclas era possível reproduzir todo o alfabeto, além dos outros sinais ortográficos. O pedal servia para o datilógrafo mudar de linha no papel. A máquina era um sucesso por onde passava. Chegou a ser mostrada numa exposição no Rio de Janeiro, na presença do imperador Pedro II. Nesse evento, o padre recebeu uma medalha de ouro dos juízes em reconhecimento a seu projeto revolucionário. Depois a idéia foi esquecida, como aconteceu com Robert Landell. Ataliba Nogueira, biógrafo do padre Azevedo, sustenta que seus desenhos foram roubados e não entregues a um estrangeiro, desestimulando-o a continuar no desenvolvimento da invenção. Ainda assim, os primeiros cursos de datilografia no Brasil exibiam na parede retratos do padre para homenagear o patrono da máquina de escrever.
Na área da aviação, brasileiros também tiveram dificuldade para ser reconhecidos. É o caso de João Ribeiro de Barros, que entrou na corrida para se tornar o pioneiro das travessias transatlânticas. Barros realizou sua viagem a bordo do hidroavião Jahú no dia 28 de abril de 1927. Antes de decolar da Ilha de Cabo Verde, na África, enfrentou problemas com sabotagem e intrigas com a tripulação. No auge da confusão, chegou a receber um telegrama do presidente Washington Luís desaconselhando à viagem. Barros ignorou a ordem e foi recebido com festa no Brasil, depois de seu pouso em Fernando de Noronha. As glórias da travessia pioneira, porém, foi atribuída ao americano Charles Lindbergh, apesar dele ter completado a rota Paris–Nova York 23 dias depois da façanha do piloto brasileiro.  É verdade que Lindbergh navegou quase o dobro da distância coberta pelo Jahú. Barros escolheu a rota mais fácil, que já havia sido percorrida por outros pilotos europeus. A memória do aviador brasileiro só é cultuada em sua cidade natal, Jaú, no interior de São Paulo. Existe um busto de Barros decorando a praça principal do lugar e o aniversário de 72 anos do feito, é feito com animada comemoração no município, existe até CD com o hino em homenagem ao piloto. O avião de Barros e muitos de seus objetos pessoais, porém, encontram-se abandonados no Museu de Aeronáutica, em São Paulo. O Jahú  foi atacado por cupins e já serviu de abrigo para famílias de mendigos. Por isso, a família do aviador luta na Justiça desde 1992 para recuperar a posse do espólio. "Nossa família reconhece que outros aviadores percorreram antes a rota entre Cabo Verde e Fernando de Noronha, mas está claro que o Jahú  foi o primeiro avião pilotado por alguém das Américas a fazer a travessia do Atlântico", afirma José Ribeiro de Barros Filho, sobrinho do aviador. "É uma injustiça histórica atribuírem o feito a Lindbergh".
Apesar de ser o único inventor brasileiro com talento para divulgar ao mundo suas façanhas, Santos Dumont não conseguiu ser reconhecido. No dia de seu famoso vôo em Paris a bordo do 14 Bis, Ele tinha uma platéia de centenas de pessoas, entre elas vários membros do Aeroclube da França. A façanha repercutiu nos jornais europeus e transformou Dumont num herói brasileiro. Fora do país, porém, seu feito foi ofuscado pelo vôo dos irmãos Wright. Eles sobrevoaram por doze segundos um campo da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, em 1903 – portanto, três anos antes do brasileiro. Apenas cinco pessoas testemunharam o feito e até hoje paira sobre ele a suspeita de que os americanos usaram uma catapulta para facilitar a decolagem de seu avião Flyer. Os Wright não deram importância às críticas e foram incansáveis no desenvolvimento comercial de seu projeto. Em 1906 já detinham a patente do invento. Dois anos depois assinaram um contrato de fornecimento de aeroplanos para o Exército americano. Quando fizeram sua primeira apresentação pública, em 1908, em Paris, vários outros modelos mais pesados do que o ar já haviam sobrevoado a cidade. Enquanto isso, Santos Dumont realizou mais alguns testes bem-sucedidos com o 14 Bis e passou a desenvolver um pequeno avião batizado de Demoiselle. No verbete dedicado ao brasileiro, a Enciclopédia Britânica diz que o Demoiselle foi o ancestral dos modernos ultraleves. Mais controvérsias, no Brasil há quem defenda que o "pai da aviação" não foi Santos Dumont, muito menos os americanos irmãos Wright. O verdadeiro criador teria sido o paraense Júlio César Ribeiro de Souza. Figura pouco citada até mesmo em livros brasileiros, Souza construiu em 1881 um dos primeiros balões dirigíveis do mundo, o Victória. Segundo os jornais e documentos da época, o modelo com 10 metros de comprimento e duas asas foi o primeiro a andar em linha reta. Na experiência, ocorrida em Paris, o aparelho voou a uma velocidade de 8 metros por segundo. Entusiasmado com o sucesso do Victória, o piloto registrou a patente em onze países. Alguns anos depois, sem dinheiro e revoltado com o que considerava ter sido um roubo da invenção, já que na Europa todos passaram a usar um sistema semelhante ao seu, Souza conseguiu dinheiro emprestado do governo do Pará para fazer alguns protestos na França. Seus esforços não deram em nada e ele morreu aos 43 anos em seu Estado, sem dinheiro e sem glória.
Nikola Tesla foi um dos maiores inventores no campo da engenharia mecânica e eletrotécnica, de etnia sérvia nascido na aldeia de Smiljan, Vojna Krajina, no território da atual Croácia. Tesla pode ser descrito como o inventor da idade moderna, o homem que "espalhou luz sobre a face da Terra", com contribuições revolucionárias no campo do eletromagnetismo no fim do século XIX e início do século XX. As patentes de Tesla e o seu trabalho teórico formam as bases dos modernos sistemas de potência elétrica em corrente alterna (AC), incluindo os sistemas de distribuição de energia multifásicos e o motor AC, com os quais ajudou na introdução da Segunda Revolução Industrial. Mas devido à sua personalidade excêntrica e às suas afirmações aparentemente bizarras e inacreditáveis sobre desenvolvimentos científicos, Tesla caiu eventualmente no ostracismo e olhado como um cientista louco. Isto ocorre muito com os Nerds.
O descobridor da anestesia foi o dentista norte-americano Horácio Wells. Em 1844, usou o anidrido nitroso, conhecido como gás hilariante, para realizar a primeira cirurgia indolor da história humana – a extração de um dente. Pouco tempo depois, um de seus pacientes morreu ao ser anestesiado e ele foi condenado à prisão. Morreu na miséria.
Heinrinch Hertz, o cientista alemão que descobriu a propagação através das ondas eletromagnéticas e propiciou o advento da radiofonia, morreu na miséria. Idealista, não quis ou não soube enriquecer com sua descoberta. Quando morreu, morava em um casebre e seu sepultamento foi custeado por uma subscrição popular.
Existem ainda aquelas invenções que apesar de simples são geniais fazendo parte do nosso cotidiano.
Infelizmente às vezes grandes gênios nascem um tanto adiantados para sua época, ou são excêntricos demais, ou não são bons em propaganda, isso custa muito caro para eles. O sucesso financeiro e reconhecimento é uma combinação básica de: uma idéia certa, no tempo certo, combinado com uma oportunidade, se faltar um desses ingredientes o projeto pode não atingir seu objetivo pleno. Muitos acham que a sorte existe, mas, até quem ganha na loteria, teve a idéia de jogar, jogou no tempo de concorrer e ganhou a oportunidade de levar a bolada.

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